Mulheres do Mirassol, um novo caminho para a consolidação de um sonho

Durante este ano, de 2011, a fábrica de estopas Mulheres do Mirassol passou por alguns períodos críticos, oriundos principalmente de suas maiores fragilidades, como: falta de registros formais, ausência de técnicos para o conserto das máquinas e reposição de peças, fornecimento precário de energia elétrica, interrupções no recebimento de retalhos, dificuldade para entregar as estopas e queda nas vendas.

 No entanto, na tentativa de alavancar definitivamente a comunidade, iniciou-se junto a alguns empresários da região, uma busca de outros nichos de mercado que pudessem garantir as mulheres da comunidade do Mirassol uma oportunidade de trabalho baseado nos princípios da Economia Solidaria, propiciando assim sua ascensão social e inclusão produtiva.

De início foi proposto a elas a criação de uma fábrica de cortinas para abastecer os supermercados da região. Mas, como os custos e os riscos para a implantação desta eram muito altos, e o retorno do investimento incerto, a idéia não se consolidou.

No entanto, em uma das visitas feitas a um supermercado da região, foi identificado a existência de uma grande demanda para panos de copa personalizados, um nicho de mercado pouco explorado.

Após a comparação dos custos e receitas, percebeu-se que os panos de copa apresentam riscos menores que as cortinas. Sendo assim, as participantes do projeto optaram então pela fabricação personalizada de panos de copa.

Frente a este novo desafio, as mulheres estão sendo capacitadas para exercer esta outra atividade produtiva, e após esta fase inicial serão produzidas algumas amostras, que serão submetidas à aprovação da rede de supermercados, e assim espera-se a posterior inserção destes panos de copa no mercado. 

Com a exploração deste novo nicho de mercado, acredita-se finalmente na consolidação de uma nova forma de geração de trabalho e renda na comunidade do Mirassol, através da Economia Solidária. Promovendo também a efetivação dos direitos fundamentais de suas participantes, de modo proporcionar a elas a sustentabilidade de sua vida social.

Ana Paula Colombo Plácido